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7 de mar. de 2012

Não Foi Desta Que Tivemos Um “Grande Show de Hip Hop”

Grande Show de HH

Dia 4 de Março (Domingo) foi realizado o grande show de Hip Hop Angolano num dos pavilhões anexos da cidadela desportiva. O show enquadrasse nas várias actividades festivas programadas para comemorar o 20° aniversário do Hip Hop Angolano.

Show organizado pela "Toka do Bandido Produções", liderado pelo nosso bem conhecido Gangstah, contou com a participação de grandes nomes do nosso mercado, tais como: Abdiel, Extremo Signo, Reptile, Ready Neutro, Dr Pam, Verbal e Fly Skuad; e teve como cabeças de cartaz o grupo Moçambicano Gpro e o rapper Luso Guineense Halloween, que foi a principal atracção do show.

Show marcado para às 18h30, teve inicio por volta das 20h30 e estendeu-se até por volta da Meia-Noite. Houve tempo para homenagearem alguns pilares do nosso movimento: Kool Kleva, DJ Samurai, Pobres Sem Culpa são alguns dos presentes homenageados.

A abertura do show ficaou ao cargo do melhor "DeeJay de Hip Hop" do momento em Angola, o DJ Wall G. Coube a ele a tarefa de animar o pessoal desde o horário marcado (18h30) até a hora que realmente começou o show (mais ou menos 20h30).

De uma forma geral os artistas foram todos muito bem recebidos pelo pouco público presente na Cidadela, apesar de tudo.

           O evento começou com Dr Pam, soltando a bomba na cidadela desportiva, com uma actuação muito energética e bem aplaudida pelo público, apesar do mesmo não ser dos cantores favoritos entre os anunciados para o evento.

          Abdiel mostrou o porque é o rapper mais Fresco de Angola, entrando em grande estilo e fazendo uma actuação super a vontade e até parecia que tinha um ar-condicionado ou um ventilador que o protegia do calor que recebia do público presente. Como podia-se adivinhar, cantou alguns dos principais sucessos da sua saga de mixtapes “O Especialista”, acompanhado em algumas músicas pelos seus camones Negro Sério, Mad SuperStar e Double S, este último muito aplaudido quando anunciado pelo Abdiel.

             Reptile, o Chefe do Swagg, viajou pelas suas mixtapes “Ficheiros Secretos 1 e 2” e contou também com a participação do seu parceiro Raiva (o Baby é pras babys) para cantarem algumas músicas do álbum PIMP. Reptile fechou em grande a sua actuação cantando aquele que se tornou no maior hit da sua última mixtape, “Tony Montana”.

          Fly Skuad, Underground King como dizia o maior cartaz em apoio a um artista exibido pelo público, teve uma actuação boa, embora muito prejudicado pela qualidade do som. Foi acompanhado pelos seus manos da Caixa de Pandora e aproveitou o evento para promover as músicas do seu EP “Extractos” que será lançado em breve.

          Ready Neutro está provado que é mesmo o Orgulho do Rangel, acompanhado por Raffix seu parceiro da Squarmoff Gang, foi dos artistas mais aplaudidos da noite, tendo apresentado várias músicas da sua mixtape “Efeito Neutro”, mixtape esta que foi considerada uma das melhores de 2011.

           Extremo Signo mostrou que valeu a pena ter assinado pela Pirline e muito mais ter lançado a mixtape “Força da Natureza”. Foi o artista angolano mais aplaudido e diz-se que não precisava de backs nesta actuação, pois o público cantou e muito bem todas as músicas por ele apresentada. Subiu no palco com Primow e Eric Dariuz, mas acabou a sua performance com a Squarmoff Gang toda no (pequeno) palco montado.

         Duas Caras, G2 e 3H trio que forma(va) a Gpro, cantou alguns dos seus principais sucessos. Pela reação do público, podemos notar que a Gpro carece de maior divulgação por estas bandas, mas foi algo que não os  inibiu, pois mostraram que são artistas chamando para si a atenção do público, interagindo com o público e tendo recebido sempre um feedback positivo.

          Halloween também conhecido como “a Bruxa”, parece ter enfeitiçado o público angolano, pois a sua popularidade por estas bandas é tão grande que chega a assustar. Allen Halloween precisou de escolta para conseguir sair do camarim para o palco, e mesmo assim teve que faze-lo as escondidas. A sua actuação começou a meio-gás, tendo o mesmo reclamado da participação do público e pouco depois da qualidade do som. Mas assim que começou a cantar a música “Drunfos” do seu mais recente álbum “Árvore Kriminal”, o público passou a acompanhar em alto e bom tom todas as músicas, pois a partir dai Halloween cantou sucessos atrás de sucessos. Algo curioso, é que a emoção do público era tanta, que muitos fãs chegaram a chorar como se trata-se de um cantor de música sertaneja.

Grande Show de Hip Hop 2

Aspectos Positivos

Todos os artistas anunciados participaram (e tivemos artistas extras). A organização do show entrou em contacto com os órgãos de imprensa e distribuiu os passes sem complicações. Os bloggers que normalmente dançam neste campo, receberam e tiveram acesso total ao show.

Maior que qualquer ponto positivo, foi a iniciativa da “Toka do Bandido Produções” em homenagear aqueles que começaram com esta cultura que hoje é muito popular em Angola, chamada Hip Hop. Parabéns!!!

Tem muitos outros aspectos positivos, mas estes que acima citamos são os principais…

 

Aspectos Negativos

  • Organização

A (des)Organização do evento pecou em vários aspectos, entre eles podemos citar a qualidade de som do show que era péssima, tendo quase estragado performance de artistas como Fly Skuad que fez um freestyle e cantou músicas novas, tendo sido muito prejudicado, pois o público quase que não percebia nada do que ele dizia.

Também achamos que para um grande show, o palco montado não estava a altura, não permitindo aos artistas grandes movimentações durante as actuações.  Podíamos ter um artista que decidisse ser acompanhado por B-Boys, o tamanho do palco causaria muitos transtornos aos mesmos. 

O atraso é daqueles pontos negativos que entram só para não passar como se achássemos positivo, porque na verdade, ninguém esperava que o show começasse antes das 19h30. Então podemos dizer que neste aspectos a organização falhou, mas o bom trabalho do DJ Wall G entretendo o pessoal enquanto o show não começava, evitando dessa forma um rápido aborrecimento do público.

Conseguimos registar várias reclamações dos artistas convidados, começando pela falta de acompanhamento dos estrangeiros, o local onde foram hospedados que não tinha boas condições, passando pelo péssimo estado do camarim, segurança, pagamentos e por ai afora...

Hip Hop foi representado apenas pelo DJ e MC, acho que não precisamos dizer que Hip Hop vai muito além disso.

A principal falha da organização foi sem duvidas na parte da divulgação do evento (Marketing), pois é muito difícil fazer um grande show sem um grande público.

Grande Show de Hip Hop

  • Artistas

Algo que tem sido motivo de muitas reclamações nos shows em Angola, é que os artistas não preparam as suas performances. Neste evento não foi diferente; o que a maioria dos artistas fez foi preparar um set com as músicas que queria cantar, atenção aqui “a maioria”, ou seja, alguns nem se deram o trabalho de fazer isso.

Playback é algo normal nos shows em Angola, mas devemos combate-lo e abrimos aqui essa batalha ou guerra, porque no nosso entendimento, num show de verdade o playback fica em casa.

Um dos aspectos mais negativos do show, que já foi citado acima, é a qualidade de som. Acreditamos que um sound check bem feito evitaria que durante as actuações os artistas ficassem a reclamar da qualidade do som com os seus DJs ou com a organização.

Algo que pode acontecer com qualquer um, mas que é um aspecto negativo é o facto dos artistas se perderem nas músicas, esquecendo as letras. Falta de ensaio e má preparação para os shows, são alguns dos motivos que nos levam a isto.

Algo que serve como uma dica aos artistas, por mais que eles já saibam, procurem trabalhar com DJs, faz toda diferença num show.

Existem ingredientes indispensáveis para se fazer um grande show, e neste do dia 4 faltaram Organização e o Público principalmente…

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