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29 de abr. de 2011

Álbuns Marcantes: Gabriel O Pensador – Álbum “Gabriel O Pensador (1993)

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Quando me falam de Hip Hop lusófono, sinceramente, não me vem outro nome à cabeça: Gabriel o Pensador.

Tem 7 álbuns, 6 de estúdio e um ao vivo, todos eles com um grande impacto, cada um ao seu jeito. Poderia trazer um especial para analisar cada um dos álbuns, dar notas, criticar, aplaudir… mas não é esta a altura, nem o lugar. Para os que não se recordam, esta é a coluna “Álbuns Marcantes”, portanto, tenho de escolher um álbum que tenha sido um ícone.

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E claro, eu só podia escolher o primeiríssimo álbum: “Gabriel o Pensador” – marcou a entrada desse MC carioca para o grande plano, aliás, quantos Rappers seriam loucos teriam coragem para dizer “Tô Feliz (Matei o presidente)” – uma música que foi censurada na altura.

Este álbum continha 10 faixas de pura verdade, O pensador começou “Abalando” as estruturas do Brasil com linhas pesadas, continuou e mandou o seu famoso recado ao presidente (que citei acima). Para não pensarem que era o álbum que só criticava os políticos e o “sistema”, ele avançou e falou da “Lôrabúrra” – aquele tipo de mulher que todo mundo conhece, mas preferia não conhecer, enfim, um apelo ao desenvolvimento do lado intelectual das mulheres.

Para não variar, Gabriel criticou directamente o exército Brasileiro com o som “Indecência Militar”, repito: quantos Rappers seriam loucos teriam coragem de fazer isso num álbum de estreia, numa época de transição política no Brasil, em 1993.

Uma atenção especial tem de ser dada agora, o Mega Clássico (Mega Hit, como preferirem) – “Lavagem Cerebral – que alertava RACISMO É BURRICE, um tema polémico, uma vez que o Brasil é um país que ainda se verificam muitos casos de racismo e exclusão social. Essa música ouve-se ainda hoje e vos digo, ainda não ouvi ninguém a dizer que não era um “som clássico”, ninguém mesmo. Continuando na senda do ser consciente, o Pensador trouxe um pouco de si, falou da sua identidade cultural e questionou aos Brasileiros (e ao resto mundo) se sabiam quem eram, se tinham identidade, numa música com um título sugestivo: “…e você?

E o ritmo “insano” não parou, com outro sucesso mundial: “Retrato de um PlayBoy (Juventude Perdida)” – acho que nem preciso de descrever essa música… são linhas reais e que (infelizmente) ainda se verificam. Para iniciar a fase final, um dos meus sons favoritos no álbum, “175 nada especial” – a descrição de um dia típico no Rio de Janeiro, um verdadeiro cartão postal da cidade, não esquecendo de mencionar os seus problemas típicos. Só escutando para perceber.

Esperanduquê” é dos sons mais “old school” do álbum, um beat corrido, com rimas mais do que explícitas. Resumindo: Punchlines para todos Brasileiros (claro que muitos outros países se identificam com aquelas linhas).

A última música do álbum conta a história do homem que queria morar numa favela, o sonho dele era morar numa favela, “O resto do mundo” é um som conhecido pelo mundo todo, um hino contra a exclusão social.

O artigo ficou extenso, mas espero que leiam até o fim, que ouçam o álbum – para quem não ouviu ainda – e decerto que vão concordar que esse foi um dos álbuns mais pesados da história da lusofonia, o Pensador no seu melhor.

Discografia, Letras e até algumas músicas, visitem o site oficial do homem – Gabriel o Pensador, e se precisarem de ouvir qualquer música desse álbum, procurem pelo título no Youtube, que encontram rápido.

Texto Por: Cognitivo

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